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Considero que a espiritualidade esteja relacionada com aquelas qualidades do espírito humano, tais como amor, paciência, tolerância, renuncia, contentamento, noção de responsabilidade e de harmonia que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros.
- Audinice Bortoleti Pereira

Ulysses Cláudio Pereira - O espírito exemplar que conheci - Por Carlos Eduardo Barroca

Relembrar de um espírito como o do Sr. Ulysses é quase como citar os grandes mestres, sempre será pouco diante da sua grandiosidade.

Minha mãe dizia sempre que diante de tanta bondade o Sr. Ulysses se parecia com o Rei Dom João, que quando se levava um problema ele deixava um tempo para que o problema se resolvesse sozinho. Não por negligência ou por falta de capacidade, mas por pura consciência de não cometer uma injustiça. E não é que muitas das vezes os problemas se resolviam sozinhos (literalmente falando).
O que dizer de um comerciante, que fechava o seu comércio e vinha atender o público, ficando muitas vezes uma ou duas horas após o atendimento dependendo da gravidade do assistente. Não media esforços para aqui estar atendendo oito a dez pessoas com dúvidas e problemas de ordem espiritual.


O que falar de um Presidente que confiava plenamente em sua diretoria dando a sua opinião somente em caso de empate como voto de minerva. Infeliz daquele que sobrepujou a sua confiança.

Fui secretário deste Presidente aos vinte e seis anos de idade e sentia nele como se fosse meu segundo Pai, pelo respeito pela confiança que depositava em minha pessoa.

Sr. Ulysses não era um homem de grandes habilidades manuais, mas sempre era detentor de um talento que trazia conformismo aos que lhe ouviam.

Uma vez ouvindo-o a atender alguém que se dizia ser o mais infeliz do mundo, contou a este Senhor, uma fábula como se fosse verídica, a qual muitas vezes eu a repito. Disse ao homem que em uma cidade no interior, um milionário lá morava por muitos anos, e que por alguns problemas de ordem econômica ficou pobre sem nada, e por vergonha pensando ser o homem mais infeliz do mundo saiu pela estrada sem rumo somente com a roupa do corpo e um cacho de bananas que lhe havia sobrado. Comia as bananas e jogava as cascas para trás e em um determinado momento olhou para trás e viu que havia alguém lhe seguindo comendo as cascas destas bananas. (moral da fábula; é preciso olhar com desprendimento ao nosso redor e sabermos que as vezes o mundo não é tão ruim quanto parece).

O Sr. Ulysses em vida física era um auto ditada, exímio vendedor de livros, condecorado várias vezes na empresa em que trabalhava, venceu a pouca cultura com a sua espiritualidade, por algumas vezes ouvi pessoas lhe chamarem por Doutor, tamanha a grandeza de seu ser.


Dizia sempre que esta Doutrina não da diploma a ninguém, mas em uma solenidade muito bonita tive a felicidade de vê-lo receber um diploma em Marília em reconhecimento pela sua dedicação ao Racionalismo Cristão. Em um gesto de carinho e confiança nesse ser que tanto me apoiou e a outros, sinto que merecia muitos outros diplomas de minha parte e de outros também; lhe perguntei em um tom afável, pois já estava um pouco debilitado pela enfermidade que carregava. Muito bem Sr. Ulysses, não era o Senhor que dizia que a Doutrina não dava diploma a ninguém? Me respondeu dizendo ser uma situação diferente e que aceitava a minha indagação como brincalhona.

Pela última vez que estive na Cidade de Dracena interior de São Paulo, ele me surpreendeu dizendo: “não estou com saudades, meu físico esta combalido, mas meu espírito encontra-se forte como sempre, não estou com saudades, pois tenho aqui comigo algumas fitas das gravações das reuniões públicas, aonde ouço sua voz e a de todos nossos amigos de Santos. Como seu Pai, sua Mãe e de outros companheiros que trabalhavam como fecho, Presidentes e Médiuns.”


Ulysses Cláudio Pereira - O espírito exemplar que conheci
Por Carlos Eduardo Barroca

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